Gilberto Costa e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A experiência de estudar no exterior tem animado estudantes universitários por toda a parte. Uma das que relatam o fenômeno é a presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, professora de biologia molecular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Os meus alunos estão muito animados com o Ciência sem Fonteiras”, disse, referindo-se ao programa de intercâmbio que acaba de enviar os primeiros estudantes para os Estados Unidos, para uma temporada de um ano.
“Eles querem entender como é que fazem; como é que nós vamos nos organizar e como é que eles serão selecionados. Tem muitos que querem ter essa experiência de estudar no exterior”. Helena Nader participou hoje (13) de solenidade, no Palácio do Planalto, que marcou a partida dos primeiros bolsistas brasileiros para o exterior.
No evento, estavam alguns alunos selecionados, como Lincoln Barbosa Silva, do curso de desenho de produtos do Centro Universitário do Senac, em Santo Amaro (São Paulo). No mês que vem, Lincoln vai para o Rochester Institute of Technology, no estado de Nova York. “Eu me encaixava no perfil e daí eu corri atrás”, disse à Agência Brasil, ao explicar que obteve boa pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tem bolsa de iniciação científica e é beneficiário do Programa Universidade para Todos (ProUni). Sua expectativa, na volta, é “trabalhar no mercado, na indústria, como a automobilística ou a de eletrodoméstico”.
Vitor Arena, aluno do bacharelado em ciência e tecnologia a Universidade Federal do ABC, de Santo André (SP), vai para a Ohio University estudar engenharia aeroespacial. Ele, que já participou de uma pesquisa de iniciação científica sobre satélites, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), quer aprender sobre a construção de aviões. O estudante espera que “todo esse pessoal que vai para fora possa trazer toda tecnologia moderna para o Brasil”.
A mesma expectativa tem Daniel de Paula Lopes, estudante de engenharia mecânica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), que está indo para a Iowa State University e quer se especializar em energia. Segundo ele, o Programa Ciência sem Fronteiras ajudou a encontrar uma universidade top de linha de acordo com seu perfil.
Assim como os estudantes, os patrocinadores privados que aderiram hoje ao Ciência sem Fronteiras avaliaram positivamente as oportunidades que o programa gera para os participantes, para o ensino e para o país. “Nós todos sabemos que a capacidade, a qualidade profissional e o conhecimento são as coisas mais importantes para aumentar a produtividade e ajudar o crescimento do país”, disse o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, que hoje assinou termo de cooperação comprometendo-se a financiar 6,5 mil bolsas. Para ele, o programa tem “foco onde mais precisa [engenharias e tecnologia] e foco no mérito”.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o governo acertou na escolha das áreas atendidas pelo programa. “São áreas em que a indústria, principalmente a de ponta, que está desenvolvendo tecnologia, precisa de pessoas preparadas, muito bem formadas e com capacidade de inovar”. A CNI vai financiar 6 mil bolsas.
Edição: Lana Cristina