Manifestantes desocupam prédio da Presidência em São Paulo ao conseguir marcar reunião com Gilberto Carvalho

08/12/2011 - 15h21

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – No início da tarde, cerca de 300 manifestantes que protestam por moradia, terra e trabalho desocuparam o prédio da Presidência da República, na Avenida Paulista. Eles saíram do edifício, na região central da capital paulista, após conseguirem o agendamento de reunião, para o próximo dia 19, no mesmo local, com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Eles haviam ocupado três andares do prédio, no final da manhã, durante uma passeata pela avenida.

Participam do protesto integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Urbano dos Sem Teto (Must) e trabalhadores da Flaskô, fábrica de Sumaré (SP), que está há oito anos sendo controlada por funcionários.

“Estamos reivindicando a desapropriação de terrenos no campo e na cidade e também a desapropriação da fábrica Flaskô, que está nas mãos dos trabalhadores há mais de oito anos”, disse Zezito Alves da Silva, da coordenação do MTST, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Silva, os governos federal, estadual e municipal “deveriam tomar coragem para desapropriar os terrenos que estão nas mãos da especulação imobiliária e as fábricas que estão para ser fechadas, entregando-as para os trabalhadores”.

Pedro Santinho, do Conselho de Fábrica da Flaskô, disse que a unidade fabril estava para ser fechada quando, em 2003, os trabalhadores a ocuparam. Eles a mantêm funcionando até hoje. “Mas ela [fábrica] ainda tem um proprietário. Então, ela precisa ser desapropriada e o controle precisa passar para os trabalhadores”.

Segundo os organizadores, o ato reuniu cerca de 1,2 mil pessoas, entretanto, a Polícia Militar estima em 500 o número de manifestantes.

Após o acerto do encontro com o ministro Gilberto Carvalho, os manifestantes voltaram a caminhar pela Avenida Paulista. Parte do grupo voltou para o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), enquanto o restante seguiu em direção à Assembleia Legislativa, próximo ao Parque Ibirapuera, onde iriam pedir pelo fim da criminalização dos movimentos sociais, durante uma audiência pública.

Edição: Lana Cristina