Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Peru, Ollanta Humala, decretou ontem (4), por 60 dias, estado de emergência em quatro províncias do departamento (estado) de Cajamarca. O objetivo, segundo ele, é restaurar a paz e a ordem na região, alvo de uma série de protestos de trabalhadores de minas de ouro. As manifestações completam 12 dias nesta segunda-feira (5). A determinação presidencial começa a vigorar hoje.
"O governo que presido tem total abertura ao diálogo desde o início do conflito em Cajamarca, há 11 dias. Três ministros, representantes da Igreja Católica e de instituições como o Gabinete do Provedor de Justiça já esgotaram os esforços na tentativa de estabelecer um diálogo como base para resolver o conflito em uma democracia”, disse Humala.
“A intransigência de um setor de líderes locais e regionais foi novamente exposta ", acrescentou. A reação do governo se deve à onda de manifestações dos mineiros que reclamam do projeto estatal, em parceria com a iniciativa privada, para a exploração de ouro em Cajamarca. Para os trabalhadores, o projeto ameaça o meio ambiente e a qualidade de vida.
Ontem, Humala lembrou que não houve acordo para restaurar a paz social, os serviços públicos e discutir questões centrais para o desenvolvimento da região, incluindo programas sociais, obras de saneamento básico, de eletrificação, entre outros. Segundo ele, a obrigação do governo é garantir a tranquilidade e os serviços básicos para a população.
O estado de emergência é um instrumento legal no Peru, que pode ser adotado em caso de perturbação da paz, de ameaça à ordem interna ou de graves que afetem a vida do país. A decisão foi tomada durante reunião de Humala com o Conselho de Ministros do Peru.
*Com informações das agências públicas de notícias do Peru, Andina, e de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto