Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse hoje (5) que o governo federal não tem interesse em participar do recém-criado Conselho de Administração do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014. O conselho será integrado pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, pelo ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário e por uma terceira pessoa ainda não escolhida.
Segundo o ministro, o governo quer manter uma cooperação com o Comitê Organizador Local – entidade privada responsável pela organização da Copa do Mundo –, mas não tem a intenção de integrar o órgão.
“O comitê deve buscar um critério de eficiência [para a escolha do terceiro nome], que dê ao comitê uma possibilidade de funcionamento pleno. O governo não deve se meter nisso. Não é aconselhável. Ele deve respeitar as decisões que eles tomarem”, disse Rebelo, em seminário no Rio de Janeiro.
Aldo Rebelo destacou que a escolha de Ronaldo para integrar o conselho é bem-vista pelo governo, pois, com sua experiência em copas do Mundo, ele pode ajudar a promover o evento.
O ministro também falou sobre o pedido de demissão de João Havelange, do Comitê Olímpico Internacional (COI), às vésperas de o comitê de ética da entidade internacional anunciar resultados de investigações envolvendo a empresa de marketing ISL. Havelange, que também já foi presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), era investigado pelo COI, suspeito de receber propina da ISL, para garantir direitos de transmissão de eventos esportivos internacionais à empresa na década de 90.
“Foi uma decisão de caráter pessoal. Como representante do governo, não tenho que fazer julgamento sobre a decisão pessoal do senhor João Havelange. Ele deve ter tido seus motivos, suas razões e nós respeitamos”, disse Aldo Rebelo.
Segundo o ministro, mesmo próximo de promover uma Copa do Mundo, o Brasil não deve temer nenhuma investigação envolvendo autoridades esportivas brasileiras.
O ministro do Esporte também disse que o governo federal estuda repassar à prefeitura e ao estado a responsabilidade pela realização de projetos de instalações esportivas para as Olimpíadas de 2016. O governo federal repassaria e fiscalizaria o uso dos recursos.
Edição: Talita Cavalcante