Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O projeto de construção de um anel de fibra ótica para conectar os países da América do Sul será apresentado na próxima sexta-feira (2), durante a reunião dos presidentes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em Caracas, na Venezuela. O assunto também será debatido amanhã (2), na reunião do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), com a proposta de formação de um grupo de trabalho para definir as ações necessárias e as fontes de financiamento para implantação da rede.
A proposta foi apresentada hoje (29) pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na reunião de ministros de Comunicação da Unasul, em Brasília. De acordo com Paulo Bernardo, os países deverão utilizar as infraestruturas já existentes, como as da Telebras, no Brasil e da empresa Internexa, na Colômbia. “Tem muita coisa que já existe e nós estamos mapeando tudo isso. Na nossa avaliação, podemos trabalhar com rapidez e o custo não será tão grande, porque os países têm infraestrutura internamente”, avaliou o ministro, após a reunião.
Segundo o ministro das Comunicações, a estimativa de custo para as primeiras conexões entre os países atinge US$ 100 milhões, considerando a infraestrutura que já existe na região. Serão necessários inicialmente 2 mil quilômetros (km) de redes de fibras óticas para fazer as conexões em diversos países. Os projetos poderão ser financiados por bancos de fomento como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina de Fomento (CAF).
Para Paulo Bernardo, a expectativa é que o anel de fibra ótica diminua o tempo e os custos das conexões. “Isso vai significar uma facilidade para integrar o comércio, o sistema financeiro, a área cultural”. Atualmente, a comunicação entre os países da América do Sul é feita, entre outros meios, por cabos submarinos ligados a outros continentes e, principalmente, aos Estados Unidos. O anel ótico poderá promover a integração do setor de telecomunicações na região, além de torná-lo menos dependente do tráfego transcontinental.
Edição: Vinicius Doria