Gilberto Costa
Enviado especial
Luiziânia (GO) - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lança a Campanha do Desarmamento em Luiziânia (GO), a cerca de 60 quilômetros de Brasília. A cidade, junto com Águas Lindas, Valparaíso, Cidade Ocidental e Novo Gama, acumula grande quantidade de crimes.
Dados do governo de Goiás indicam que o número de homicídios passou de 448, em 2010, para 540 em 2011. Em termos proporcionais, os latrocínios (roubo seguido de morte) aumentaram 137%, as tentativas de homicídio subiram 131% e os estupros, 105%.
A situação de violência na região será debatida hoje (22) por Cardozo e pelos governadores Marconi Perillo (GO) e Agnelo Queiroz (DF). Antes da discussão, demógrafos da Universidade de Brasília apresentarão dados sobre o Entorno do DF.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Goiás, a região conta com cerca de 1,6 mil policias militares; 440 policiais civis e mais 60 homens da Força Nacional de Segurança. Os policiais civis do Entorno estão em greve há 31 dias reivindicando aumento da gratificação de localidade dos atuais R$ 276 para R$ 800; além de concurso público. O piso do agente da Polícia Civil em Goiás é R$ 2.711. No DF, os policiais civis também estão em greve. Parados há 27 dias, eles reivindicam aumento de 13%. O piso inicial de um agente da PCDF, referente a fevereiro de 2009, é R$ 7.514 e pode chegar a R$ 11.879.
Conforme o presidente do sindicato, em Goiás, Silveira Alves, por causa da falta de pessoal, cerca de 10 mil inquéritos estão parados (metade de homicídios). Ele avalia que a campanha de desarmamento não será efetiva enquanto os policiais estiverem de braços cruzados. “Se o policial estiver em greve, como é que vão fazer”, indaga.
Edição: Talita Cavalcante