Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de receber o voto de confiança do Parlamento da Grécia, o novo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, enfrentou hoje (17) a primeira manifestação contra as novas medidas de austeridade. Os manifestantes se concentraram nas principais ruas de Atenas, a capital grega. A gestão do antecessor de Papademos no cargo, George Papandreou, foi marcada por meses de paralisações e protestos no país devido às medidas de austeridade.
O governo grego mobilizou 7 mil policiais para a segurança nas principais ruas de Atenas. O protesto ocorre no dia em que é lembrada a repressão sangrenta os estudantes, ocorrida em em 1973, durante o governo autoritário dos coronéis gregos que governaram o país de 1967 a 1974. Nesse período, a Grécia foi governada por uma ditadura militar.
De acordo com pesquisas de opinião, Papademos conta com o apoio de 75% da população grega. Porém, de acordo com sinalizações de várias categorias de trabalhadores, a população rejeita qualquer plano que leve a sacrifícios da sociedade grega. Pelo plano original, serão impostos aumentos de tarifas, cortes de salários e benefícios previdenciários.
Amanhã (18) o governo da Grécia envia ao Parlamento o projeto de Orçamento de 2012, que prevê alta de impostos e cortes nas despesas para atender às exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu e da União Europeia.
Atenas precisa receber a última parcela, de 8 bilhões de euros, do primeiro plano de ajuda ao país e ainda dar garantias para obter o segundo plano, no montante de 130 bilhões de euros, aprovado a duras penas pelos líderes europeus, em outubro. Paralelamente, Papademos tem a tarefa de manter a coalizão de um governo de união nacional.
*Com informações da emissora de rádio pública da França, RFI // Edição: Juliana Andrade