Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse hoje (16) que o cenário financeiro do país “contempla ajustes moderados na taxa Selic”, de forma consistente com o retorno da inflação à meta em 2012. O centro da meta é 4,5% ao ano, podendo variar dois pontos percentuais de acordo com definições do Conselho Monetário Nacional (CMN).
A possibilidade de novos cortes na taxa Selic foi admitida por Tombini em discurso na cerimônia de posse de 83 analistas do BC, aprovados em concurso promovido em janeiro do ano passado, mas só agora convocados. De acordo com Guilherme Oliveira, que falou em nome dos analistas, 210 aprovados no mesmo concurso continuam à espera do chamado.
O presidente do BC ressaltou que a autoridade monetária tem como missões manter a inflação baixa e assegurar um sistema financeiro sólido e eficiente. Para isso, precisa de profissionais qualificados, “exclusivamente dedicados” ao acompanhamento da conjuntura econômica e dos seus efeitos sobre a dinâmica de preços.
Bons recursos humanos e tecnológicos e informações de qualidade permitem ao BC fazer análises profundas, em tempo hábil, segundo Tombini, para tomar “decisões adequadas a cada momento”, de modo a reagir prontamente a mudanças significativas do cenário econômico.
Destacou, contudo, que, em razão do caráter pró-ativo das ações do BC, às vezes é preciso tempo para que os cenários fiquem mais claros. Foi assim, segundo ele, no primeiro semestre deste ano, quando foram adotados sucessivos aumentos na taxa básica de juros, que levaram à redução gradual do descompasso entre oferta e demanda.
Mais recentemente, o movimento se inverteu. A diretoria do BC detectou que a trajetória da inflação, depois de atingir o pico no acumulado de 12 meses, deveria reduzir-se fortemente até o segundo trimestre do próximo ano. Cenário que “começa a se materializar” com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) relativo ao mês passado, que foi 0,43% e reduziu o IPCA acumulado em 12 meses de 7,31%, em setembro, para 6,97% em outubro. Mais perto, portanto, do teto da meta de inflação (6,5%).
Edição: Vinicius Doria