Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Liga Árabe, que reúne 23 países, confirmou hoje (16) a suspensão da Síria do bloco devido às denúncias de violência e repressão contra opositores do regime do presidente Bashar Al Assad. Mas o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, disse temer o agravamento da situação e apelou para que a comunidade internacional colabore para evitar “mais derramamento de sangue” no país.
O assunto foi tema de uma reunião extraordinária, hoje, em Rabat, no Marrocos. Os líderes árabes apoiaram a proposta de envio de observadores à Síria como meio de garantir proteção aos civis do país. Desde março, o governo do presidente Assad impede a entrada de estrangeiros na Síria.
Na reunião, a Liga Árabe determinou o envio de 500 integrantes de organizações não governamentais (ONGs) de direitos humanos e da imprensa, além de observadores militares, para a Síria. Porém, Al Arabi disse que os observadores só serão enviados quando o governo sírio assinar um protocolo de entendimento "definindo claramente as obrigações e os direitos de cada parte".
No domingo (13), o governo Assad convidou representantes da Liga Árabe para visitar o país. Na ocasião, as autoridades sírias disseram que aceitam a proposta de envio de uma delegação "de observadores, peritos civis e militares e de órgãos de informação árabes".
Os conflitos na Síria, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), geraram 3,5 mil mortos. Desde março, manifestantes fazem protestos na Síria na tentativa de mudar o governo Assad, há 11 anos no poder. No entanto, as respostas do governo têm sido a repressão violenta aos manifestantes.
Paralelamente, o governo sofre com baixas diárias no Exército. Hoje, militares anunciaram a criação de um Conselho Militar Provisório (e independente) que atuará no país com o objetivo de evitar a desorganização generalizada e a proteção dos civis. O conselho será comandando pelo coronel Riad Al Assad, que desertou e está refugiado na Turquia. Segundo ele, o órgão vai controlar a aplicação "dos objetivos do Exército, ou seja, a queda do atual regime, proteção dos bens públicos e privados e impedir a anarquia e atos de vingança quando o regime cair".
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Vinicius Doria