Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil pretende participar de forma mais ativa dos esforços para a reconstrução e o desenvolvimento do Haiti por meio de ações específicas para consolidar as instituições democráticas no país e estimular sua autonomia, por meio de parcerias, em áreas estratégicas como energia, agricultura, saúde e educação.
A afirmação é do novo embaixador do Brasil no Haiti, José Luiz Machado e Costa. Ele disse à Agência Brasil que recebeu orientações do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
“O Brasil vai intensificar o apoio ao Haiti, no esforço para que o país fortaleça suas instituições e desenvolva-se economicamente e em paz”, disse Machado e Costa, cuja indicação para o cargo foi aprovada na semana passada pelo Senado. “O governo brasileiro tem cerca de 30 projetos de parceria com o Haiti e o objetivo é apoiar principalmente as áreas agrícola, de saúde e educação, além de infraestrutura e energia.”
O embaixador disse que para 2012 uma das prioridades é a construção da Hidrelétrica de Artibonite 4 C, que conta com o apoio financeiro do Brasil e a unidade de engenharia do Exército. Machado e Costa acrescentou que o projeto da hidrelétrica deve atender a cerca de 1 milhão de pessoas. “A falta de energia é uma das principais queixas da população haitiana. A hidrelétrica vai gerar emprego e melhorar as condições para muitas pessoas”, disse ele.
O Haiti é o país mais pobre das Américas, com problemas de infraestrutura básica – rede de esgotos e fornecimento de água potável - , de violência interna, ausência de instituições sólidas e instabilidade política e econômica. Com pouco mais de 8 milhões de habitantes, que falam francês e crioulo (dialeto local), a situação no país se agravou com o terremoto de 12 de janeiro de 2010, de magnitude 7 graus na escala Richter.
O terremoto matou cerca de 220 mil pessoas, entre elas Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e 18 militares brasileiros. O governo e a população do Haiti, com o apoio externo, tentam reconstruir o país que ficou em ruínas. Paralelamente, os problemas que existiam se acentuaram, como o analfabetismo, que atinge 45,2% da população, e a expectativa de vida, que é apenas 60,9 anos.
Edição: Graça Adjuto
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