Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os tanques da Marinha, que foram utilizados no apoio logístico de transporte durante a Operação Choque de Paz, hoje (13), no Rio de Janeiro chamam a atenção de quem passa pela porta do 23º Batalhão de Polícia Militar, no Leblon, zona sul do Rio. No local, onde foi concentrado o comando da operação de ocupação das favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu, estão estacionados quatro desses veículos blindados.
O porteiro Marcos Antônio Silva, morador da Rocinha, levou o filho Marcos Vinícius, de 12 anos, na manhã deste domingo para tirar fotos ao lado dos taques. Após pedir autorização aos policiais do batalhão, ele usou a câmera do celular para fazer o registro. “Não é todo dia que vemos esses tanques assim tão perto. Ele queria ver e eu trouxe o menino”, contou.
Já Marcos Vinícius disse já saber o que vai fazer com a foto: “Com certeza ela vai agora para o meu Facebook”, brincou.
Marco Antônio relatou que, apesar da apreensão dos moradores da comunidade com a ocupação, a madrugada foi tranquila, sem o registro de confrontos. Ele contou não ter dormido muito bem à noite por causa da expectativa de como seria a entrada das forças policiais, mas garantiu não ter alterado a rotina da casa.
“Até agora está tudo bem, vamos esperar para ver o que vai mudar”, disse.
A professora Índia Maria, moradora da Gávea, também passou pelo batalhão na manhã de hoje para conferir de perto os blindados da Marinha. “Ver esses veículos no cenário urbano impressiona porque eles são pesados e chamam a atenção. Não dá para passar sem perceber. Tomara que eles sejam o símbolo de um tempo de paz não só para as comunidades ocupadas, mas também para nós, que moramos no entorno e também ficamos apreensivos com o poder do tráfico”.
Ao todo, 18 blindados da Marinha foram utilizados na operação. O mais pesado deles, um modelo Clanf (Carro Lagarta Anfíbio), pesa 22,6 toneladas e tem capacidade para transportar 25 pessoas. Em geral, ele é usado para levar fuzileiros de navios para a terra. Além dele, a Marinha usou o M113 e o Mowag Piranha.
Edição: Rivadavia Severo