Danilo Macedo e Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje (26) que as conexões do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) devem chegar a São Paulo em janeiro. Segundo ele, as obras de infraestrutura para instalação da rede começaram em Brasília e já chegaram a Itumbiara (GO), cerca de 400 quilômetros da capital federal. Até chegar em São Paulo, outras cidades no caminho, como as do Triângulo Mineiro, serão conectadas.
Bernardo disse que, com a aprovação dos contratos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), deve ser compensado o atraso que houve até agora na implantação da rede. Após constatar sobrepreço em contratos que tiveram origem em pregões eletrônicos para fornecimento de infraestrutura, o tribunal determinou a suspensão de novas ordens de serviço. Feitas as renegociações com as empresas envolvidas, que resultaram em redução de R$ 43,9 milhões para as regiões Sudeste, Nordeste e Sul, o TCU autorizou a Telebras a fazer contratos para equipar os pontos de presença, que são as estações que abrigam a infraestrutura e os equipamentos para o funcionamento das fibras óticas do PNBL.
Em audiência na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, o ministro disse que o Ceará será o primeiro estado do Nordeste atendido pelo PNBL, conectado a Brasília. A Região Norte, onde a Telebras não teve sucesso na renegociação dos contratos considerados de valores elevados pelo TCU, passará por outra licitação. A meta da Telebras é levar a banda larga popular a 250 cidades das regiões Nordeste e Sudeste até o fim do ano e chegar a 4.283 municípios brasileiros em todas as regiões até 2014, beneficiando cerca de 162 milhões de pessoas.
Paulo Bernardo também disse que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve votar amanhã (27) o regulamento que estabelece as metas de qualidade para o serviço de internet fixa. O ministro disse que as empresas terão um prazo para se adequar às novas regras, previsto inicialmente em 180 dias. Mas terão incentivos fiscais para investir. “A internet no Brasil é cara e não tem uma qualidade suficiente”, diagnosticou ele.
A crise mundial, segundo o ministro, não deve afetar os investimentos das empresas de telecomunicação no país, previstos em R$ 20 bilhões nos próximos cinco anos. Bernardo disse que a parte brasileira das empresas multinacionais “estão se tornando as maiores do grupo” e que não faz sentido retirar investimentos de onde estão vindo os maiores lucros.
Segundo o ministro, a proposta do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga, que estabelece a desoneração de impostos para equipamentos e obras necessários à implantação de redes de banda larga, deve ser encaminhada esta semana para a Casa Civil e, posteriormente, ao Congresso Nacional.
Edição: Vinicius Doria