Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O policial militar João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de participar de um esquema de corrupção envolvendo o Programa Segundo Tempo, não compareceu à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. Ele seria ouvido hoje (26) à tarde pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
Em nota enviada à comissão, João Dias diz que declinou do convite da Câmara para esclarecer as denúncias porque “os últimos acontecimentos referentes à crise no referido ministério esvaziaram o propósito" de sua ida à Casa.
O policial ressaltou que, desde o início das investigações, colocou-se à disposição da Polícia Federal (PF) e da Justiça para expor detalhes do esquema “do qual foi, juntamente com a sociedade brasileira, uma vítima”. De acordo com Dias, diversas provas foram entregues às autoridades competentes para “mostrar a veracidade” dos depoimentos prestados por ele na PF nesta semana.
Embora não tenha comparecido à Câmara, Dias disse que pretende continuar colaborando para o desdobramento das investigações. “Coloco-me à disposição do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para quaisquer esclarecimentos ainda necessários.”
A ausência do policial causou tumulto entre os parlamentares. De acordo com a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) Ferreira tem “denúncias vazias, sem provas, e se comprometeu a vir à Câmara dar esclarecimentos. A omissão dele hoje prova que as denúncias são vazias. Isso é um verdadeiro circo.”
O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), também criticou o não comparecimento de Ferreira e cobrou maior rigor na investigação de denúncias no Ministério do Esporte. “Não dá para virar a página, mudar o ministro e esquecer que houve crime”, disse Nogueira.
Após uma hora de debate entre os deputados, o presidente da comissão, deputado Sérgio Brito (PSD-BA), encerrou a sessão.
Edição: Nádia Franco