Apesar do adiamento, IPI para carros importados ajudou indústria nacional, diz Mantega

25/10/2011 - 17h05

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Apesar de adiado para dezembro, o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos importados ajudou a indústria nacional, disse hoje (25) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, embora o reajuste não tenha entrado em vigor, a medida interrompeu o crescimento da venda de importados e provocou a antecipação de investimentos de montadoras estrangeiras no país.

“Depois que anunciamos a medida, observamos dois efeitos. As empresas já instaladas no Brasil passaram a anunciar novos investimentos e empregos. Além disso, empresas que estão importando também manifestaram o desejo de instalar fábricas no país”, declarou o ministro após reunião com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini.

Segundo Mantega, o reajuste em 30 pontos percentuais do IPI de veículos de fora do Mercosul e do México também ajudou a conter o crescimento da importação. “Antes da medida, eram 70 mil [veículos] importados ao mês vendidos no Brasil. O crescimento ia ocupar todo o aumento de demanda previsto para este ano. As empresas iam parar de investir aqui e migrariam para outro lugar”, declarou.

Embora alguns países tenham reclamado da elevação do IPI na Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro descartou o risco de problemas diplomáticos para o Brasil. “Alguns países apenas pediram informações, o que não significa ação aberta contra Brasil”, alegou Mantega. Ele disse ainda que diversos países têm tomado medidas semelhantes sem serem questionados na OMC. “Os Estados Unidos, a China, a Índia e vários países têm recorrido a medidas protecionistas”, ressaltou.

O presidente da Anfavea anunciou o investimento de US$ 21 bilhões na indústria automotiva brasileira até 2014. Ele, no entanto, não informou quanto desse valor efetivamente decorreu do aumento do IPI. “É difícil quantificar, mas poderia ter ocorrido anúncios de desinvestimentos se o governo não tivesse tomado essa medida”, disse Belini.

 

Edição: Aécio Amado