Da Agência Lusa
Brasília - Em entrevista ao jornal espanhol El Periodico, o presidente do Partido Popular espanhol, Mariano Rajoy, rejeitou hoje (23) "qualquer diálogo" com o grupo separatista basco ETA, que anunciou semana passada o fim da luta armada. O grupo luta pela independência do País Basco.
Rajoy que, nas sondagens, é o favorito para liderar o próximo governo após as eleições legislativas marcadas para 20 de novembro, disse que, caso seja eleito, não terá "qualquer diálogo com uma organização terrorista". Na quinta-feira (20), o ETA anunciou o fim de 43 anos de luta armada e "exortou os governos da Espanha e da França a abrir um processo de diálogo direto para pôr fim à resolução do conflito".
O presidente do PP espanhol disse que, caso ganhe as eleições, o ETA "deve pagar algum preço” pelo fim definitivo da violência. Apesar da pouca abertura ao diálogo, logo após o anúncio do ETA, Mariano Rajoy disse que o grupo armado deu "um passo muito importante", distinguindo-se assim da linha mais dura da direita conservadora espanhola, embora exija a "dissolução irreversível" do ETA.
A organização separatista, ao fazer sua declaração sobre o fim da luta armada, fez uma homenagem aos seus militantes "que estão na prisão ou no exílio", em referência a 700 prisioneiros atrás das grades na Espanha e na França.
De acordo com muitos especialistas, o anúncio histórico de quinta-feira, sobre o fim da luta armada e de uma dissolução do ETA, deve forçar o futuro governo a negociar a questão dos prisioneiros.