Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os vereadores de Campinas votam hoje (19) o requerimento do vereador Valdir Terrazan (PSDB) que pede o afastamento temporário do prefeito da cidade, Demétrio Vilagra (PT). O prefeito é investigado pelo Ministério Público por suspeita de ter cometido irregularidades em contratos feitos entre a prefeitura e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas (Sanasa). A sessão de votação começou às 18 horas.
Para justificar o pedido, o vereador alega que Vilagra poderia atrapalhar o andamento do processo de impeachment, que começa assim que o prefeito receber a notificação sobre a instalação da comissão processante, que vai investigar as denúncias de irregularidades nos contratos firmados entre a prefeitura e a Sanasa. Para que o pedido de afastamento seja aprovado é necessário que dois terços, ou seja 22 vereadores, votem a favor do pedido.
Na tarde de hoje, os vereadores Rafa Zimbaldi (PP), Zé do Gelo (PV) e Sebá Torres (PSB), integrantes da comissão processante, se reuniram pela primeira vez para definir o cronograma do trabalho e elaborar a notificação que será encaminhada ainda hoje ao prefeito.
O prefeito terá o prazo de dez dias para apresentar sua defesa à comissão. Após esse prazo, será decidido se o processo de cassação prosseguirá ou será arquivado. Caso a decisão seja pelo prosseguimento, o processo entrará na fase de instrução, com o arrolamento de testemunhas, eventuais diligências e produção de provas. A comissão terá 90 dias para concluir os trabalhos.
Demétrio Vilagra assumiu a prefeitura no dia 23 de agosto após a cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Menos de 48 horas depois, os vereadores votaram pelo afastamento de Vilagra por um prazo de 90 dias até que fosse concluída a investigação das denúncias que recaem sobre ele na comissão processante.
Os advogados que defendem o prefeito recorreram à Justiça e, no dia seguinte, conseguiram reverter as duas decisões tomadas pela Câmara Municipal. No entanto, na última segunda-feira (17), o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, Mauro Fukumoto, determinou que a comissão pode ser aberta, mas os trabalhos deverão limitar-se à apuração de irregularidades referentes aos contratos estabelecidos entre a prefeitura e a Sanasa.
Edição: Aécio Amado