Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Cerca de 80% dos brasileiros presenciaram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, segundo o estudo Retratos da Sociedade Brasileira: Segurança Pública, divulgado hoje (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Desse total, 30% sofreram diretamente com a violência. As ocorrências mais comuns são o consumo de drogas na rua e pessoas sendo presas ou agredidas.
Diante do aumento da criminalidade, 45% dos entrevistados aumentaram os cuidados com a segurança nos últimos três anos. Além disso, 80% disseram ter mudado hábitos, como evitar andar com dinheiro ou ter mais cuidado ao sair e entrar em casa. O estudo também revelou que a violência tem restringido a circulação das pessoas pelas cidades, pois 54% evitam sair à noite, 48% deixaram de circular por alguns bairros ou ruas e 36% mudaram o trajeto entre a casa e o trabalho.
De acordo com o gerente executivo da CNI, Renato da Fonseca, a violência provoca impactos na vida e nos hábitos da sociedade. “Fica muito claro que as pessoas não estão podendo circular livremente pela cidade.”
O levantamento também revelou que as Forças Armadas e a Polícia Federal são consideradas as instituições mais eficientes para os brasileiros. Mais de 60% dos entrevistados consideraram ótima a atuação da duas instituições. “As ações de combate à corrupção provavelmente aumentaram a satisfação com a PF”, analisou.
Há grande insatisfação com o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. “Infelizmente a credibilidade do Congresso e do Judiciário não é boa. É ruim uma sociedade que começa a desacreditar nos seus representantes e na Justiça. Isso precisa ser trabalhado”, avaliou Fonseca.
Para 21% dos entrevistados houve evolução do serviço prestado pela polícia de sua cidade nos últimos 12 meses. Para 19%, o serviço piorou. Uma parcela significativa da população (58%) considera que o serviço permaneceu o mesmo. As três principais ações apontadas para promover a melhoria no trabalho dos policiais foram: melhorias nos salários (42%), formação profissional (41%) e punição a atos criminosos (37%).
A pesquisa feita em parceria com o Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios do país entre os dias 28 e 31 de julho deste ano.
Edição: Lílian Beraldo