Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (14) a retirada de 3,2 mil militares estrangeiros que atuam na Força de Paz no Haiti. A retirada deverá ocorrer de forma gradual. A medida foi tomada porque a comunidade internacional concluiu que o governo do presidente do Haiti, Michel Martelly, tem condições de administrar as questões de segurança e paz internas.
Desde 2004, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) está em atuação na tentativa de garantir a segurança e a paz na região que sofre com a ação de guerrilhas urbanas. Com graves problemas sociais, como falta de infraestrutura e desemprego, o país é considerado um dos mais violentos do mundo.
A decisão da ONU ocorreu no mesmo momento que a primeira-dama do Haiti, Sophia Martely, mulher do presidente haitiano, desembarca no Brasil. O governo haitiano quer cooperação para desenvolver ações de ajuda humanitária e políticas de combate à fome e transferência de renda.
O Haiti é o país mais pobre das Américas. Há pouco mais de um ano e meio, a região foi atingida por um terremoto que destruiu a capital Porto Príncipe e cidades vizinhas, além de matar mais de 220 mil pessoas – entre eles, militares brasileiros e Zilda Arns, médica que criou a Pastoral da Criança. A situação se agravou ainda mais com a epidemia de dengue e os problemas causados pelas enchentes.
Paralelamente, os países que colaboram para a reconstrução do Haiti defendem que ele já dispõe de estrutura interna e que não necessita mais do apoio da Minustah. O ministro da Defesa, Celso Amorim, foi um dos primeiros a propor a retirada do Haiti de cerca de 2,2 mil militares brasileiros das Forças Armadas, das polícias militares e dos corpos de bombeiros.
Para Amorim, a retirada da Força de Paz deve ser gradual. Atualmente militares e civis de 35 países atuam no Haiti, além de organizações não governamentais (ONGs) e organismos estrangeiros. A ajuda estrangeira ao Haiti inclui trabalhos nas áreas de saúde, educação, engenharia e segurança pública, entre outras.
Edição: João Carlos Rodrigues