Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) lançou hoje (6) site inédito onde refugiados que vivem no Brasil poderão cadastrar currículos profissionais. O banco de dados ficará disponível para empresas privadas interessadas em contratar um refugiado.
Na primeira fase do projeto, o cadastro será feito por meio da Cáritas Arquidiocese de São Paulo, entidade ligada à Igreja Católica, que atua como parceira das Nações Unidas na adaptação dos refugiados no país. Mais de 90 refugiados que vivem em São Paulo foram cadastrados no site www.refugiadosnobrasil.com.br.
Idealizado pela Emdoc, consultoria privada de imigração, o site segue normas das Nações Unidas que exige a inclusão dos dados somente de refugiados reconhecidos pelo governo brasileiro e as empresas deverão assinar um termo de responsabilidade para acessar os currículos.
De acordo com João Marques, dono da consultoria, sete empresas da área de telecomunicações, gráfica e logística já aderiram à iniciativa. A próxima fase será no Rio de Janeiro, onde está a maioria dos refugiados no país.
O representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramirez, disse que o preconceito e a falta de domínio do idioma português são os principais obstáculos para o refugiado conseguir um emprego. “Os refugiados não são foragidos ou fugitivos. Eles tiveram que fugir por serem perseguidos”, disse. “Acreditamos na boa vontade dos empresários para que esse projeto dê certo”, acrescentou.
Quando o governo concede refúgio, o indivíduo tem direito a número de CPF e carteiras de identidade e de Trabalho.
O Brasil abriga cerca de 4.500 refugiados de 77 nacionalidades, sendo 64% vindos da África, conforme dados do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.
Edição: Lana Cristina