Da BBC Brasil
Brasília – Em visita à Líbia hoje (15), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o premiê britânico, David Cameron, elogiaram o governo interino do país, mas disseram que “o mais difícil ainda está por vir” e que o esforço por paz e democracia ainda não foi concluído no país do Norte da África.
A missão ocidental, que inclui representantes do alto escalão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tem como objetivo discutir o futuro da Líbia.
Em entrevista coletiva em Trípoli, Cameron disse que a ação da Otan no país prosseguirá até que as forças do coronel Muammar Khadafi sejam derrotadas. Sarkozy acrescentou que Khadafi, cujo paradeiro é desconhecido, ainda representa "perigo".
Sarkozy e Cameron são os primeiros líderes estrangeiros a visitar a Líbia desde que o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão de oposição a Khadafi, ocupou o poder em Trípoli.
"Ainda há partes da Líbia que estão sob o controle de Khadafi. Ele ainda está foragido e devemos garantir que o trabalho será terminado", declarou Cameron. "A mensagem para Khadafi e todos os que estão empunhando armas em nome dele é: acabou. Desistam. Os mercenários devem ir para casa."
Sarkozy disse que o foco atual é consolidar o CNT e combater os últimos bastiões de Khadafi, em vez de pensar em contratos econômicos e de reconstrução da Líbia.
O britânico e o francês também prometeram liberar mais ativos da Líbia no exterior que estavam congelados em resposta ao recrudescimento do conflito e pediram que a população evite atos de vingança e busque reconciliação.
Do lado do CNT, o líder Mustafa Abdul Jalil agradeceu a ajuda estrangeira, dizendo que a "revolução não teria conquistado o que conquistou sem a ajuda de aliados, e, na linha de frente, da França e da Grã-Bretanha".
O conselho, que tem o reconhecimento de cerca de 60 países, usa a visita para tentar reforçar sua legitimidade externa.
"Estamos felizes com essa visita e ansiamos por liberdade e libertação para toda a Líbia, pela captura de Khadafi e pelo estabelecimento de um Estado democrático livre", afirmou Abdul Jalil.
Cameron e Sarkozy foram recebidos por multidões anti-Khadafi em Benghazi e Trípoli. A preparação da visita foi discutida durante semanas. O plano inicial era esperar até que a situação de segurança estivesse melhor na Líbia, mas os líderes decidiram antecipar a viagem para dar uma demonstração de apoio ao CNT.