Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios no Paraná (Sintcom-PR), Sebastião Cruz, informou que a paralisação da categoria, iniciada ontem (14), já atinge 80% do pessoal que trabalha no centro de triagem e na entrega de correspondências. Segundo ele, em todo o estado, há 6,3 mil funcionários no total, sendo mil da área administrativa, que estão trabalhando normalmente. “Só que, sem triagem e carteiros, não há entregas e com isso acreditamos que cerca de 3 milhões de correspondências deixarão de ser entregues diariamente”, disse o diretor à Agência Brasil.
De acordo com Cruz, os trabalhadores em greve reivindicam uma melhor estruturação da empresa, a contratação de mais funcionários, equipamentos novos e condições de trabalho para garantir um atendimento adequado à população. Ele disse que a falta de funcionários faz com que os carteiros trabalhem esgotados pela pressão de manter o serviço em dia. “Estamos em greve contra o baixo salário. Enquanto em outras estatais o piso é acima de R$ 1,4 mil, aqui recebemos R$ 807.”
Hoje (15), pela manhã, os grevistas fazem passeata pelas principais ruas de Curitiba. Segundo a assessoria de comunicação dos Correios no Paraná, o percentual de empregados em greve totaliza 19,5% do efetivo. Em nota, a estatal lembra que o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, pediu ontem aos trabalhadores que encerrem a paralisação. Segundo ele, a retomada das negociações sobre o acordo coletivo está condicionada ao retorno às atividades e haverá desconto dos dias parados.
A nota destaca a proposta feita pela empresa na segunda-feira (12), que representa um aumento salarial final de 13% para 64.427 empregados, ou seja, 60,14% do efetivo total da empresa. Com o início da paralisação, a proposta foi retirada.
Funcionários dos Correios de 24 estados entraram ontem em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica aumento salarial de R$ 400, reajuste no vale-refeição, contratação de 21 mil trabalhadores em todo o país e pagamento de perdas salariais.
Edição: Juliana Andrade