OCDE diminui previsão de crescimento para países ricos

08/09/2011 - 9h21

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reavaliou hoje (8) para baixo as perspectivas de crescimento econômico, indicando uma recuperação desacelerada a partir dos índices referentes aos países que compõem o G7 – as maiores economias do mundo. A entidade se refere diretamente aos Estados Unidos, ao Japão, à Alemanha, ao Reino Unido, à França, Itália e ao Canadá.

O economista chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, disse que a recuperação econômica desses países demonstra estar paralisada, indicando queda de confiança nos negócios, com ameaça de afetar o comércio mundial e o mercado de trabalho. No entanto, nas economias emergentes a tendência é oposta, de crescimento intenso.

Segundo Pardoan, a inflação atingiu o pico nos mercados emergentes, permitindo a flexibilização de políticas econômicas. Ele ressaltou, porém, que os níveis de investimento em vários países da OCDE estão abaixo das médias históricas. “É fundamental reconstruir a confiança", disse.

Padoan fez a análise durante apresentação do documento mais recente da OCDE denominado Avaliação Econômica. De acordo com o relatório, o G7, exceto o Japão, terá uma taxa anual de crescimento de menos de 1% no segundo semestre de 2011.

A conclusão do documento se baseou na política fiscal dos Estados Unidos, na crise da dívida de alguns países europeus – principalmente a Itália e a França – e na ausência de propostas dos governos para estimular o crescimento.

Segundo os analistas da OCDE, as indicações são de redução da oferta de mercado de trabalho, demonstrando riscos de aumentar o nível de desemprego de forma generalizada na região do G7. Eles observam, porém, como positiva a iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de anunciar hoje o pacote de medidas para estimular a economia e movimentar o mercado de trabalho.

Para a OCDE, é fundamental que os bancos centrais busquem reduzir as taxas de juros, indicando possibilidades de recuperação da economia. Também há recomendações para que, paralelamente à iniciativa, sejam adotadas reformas estruturais.

A OCDE é uma organização internacional que reúne 34 países apontados como de renda elevada. O Brasil não integra a organização, que existe há 63 anos e tem sede em Paris, na França. Inicialmente, o grupo foi criado com o objetivo de reconstruir a Europa depois da 2ª Guerra Mundial. Em 1961, a organização passou por uma reforma.

Edição: Graça Adjuto