Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A diversidade de ofertas de veículos no mercado doméstico, com participação cada vez maior de modelos importados, fez com que o mesmo estoque de veículos que era vendido em 30 dias, no ano passado, passasse, em agosto, mais tempo nos pátios das montadoras. Agora, são 37 dias. Mas, apesar do aumento dos estoques, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, avaliou que os números não apontam que esteja ocorrendo desaquecimento no mercado.
Segundo Belini, basta lembrar que, em 2008, quando o setor sofreu os efeitos da crise financeira internacional, o nível de estoques era bem mais elevado, em torno de 60 dias. Hoje, no entanto, o movimento que se vê em algumas montadoras, para reduzir o ritmo de produção, na opinião de Belini, são apenas situações isoladas de ajuste.
O total de empregados nas montadoras cresceu 0,6%, de julho para agosto, passando de 143,8 mil para 144,7 mil, o que representa a criação de 911 vagas no mês passado. Em relação ao acumulado do ano passado, houve expansão de 11.705 postos de trabalho, alta de 8,8%.
Belini manteve as projeções de crescimento de 5% nas vendas do mercado interno para o fechamento de 2011, embora, no acumulado de janeiro a agosto, o índice já tenha sido superado, com alta de 8% nas vendas e a comercialização recorde, para meses de agosto, de 327,4 mil veículos. Segundo ele, a revisão da meta só será feita no último trimestre.
A meta, que vem sendo mantida desde o começo do ano, foi feita levando em consideração os efeitos das medidas macroprudenciais de restrição ao crédito. No entanto, Belini, revelou que o setor espera obter uma reação do mercado, dentro de alguns meses, como consequência da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros para 12,5% para 12% ao ano. “A medida sinaliza um horizonte muito bom para o setor”, disse.
Edição: Lana Cristina