Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pela primeira vez na condição de país homenageado pela Bienal do Livro do Rio, o Brasil é tema de vários debates e encontros que integram a programação cultural do evento, aberto na última quinta-feira (1º) e que se estende até domingo (11) no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.
Na próxima quarta-feira (7), Dia da Independência, o jornalista e escritor gaúcho Eduardo Bueno será a atração da atividade Encontro com Autores, às 15h, apresentando o tema Pátria Amada Pátria Minha? Como o Brasil Se Tornou Mais Brasil?. Autor de best-sellers sobre os primeiros anos da história do Brasil, como A Viagem do Descobrimento e Náufragos, Traficantes e Degredados, Bueno terá como mediadora no debate com os leitores a também jornalista e escritora Valéria Martins.
No mesmo dia, em mais uma atividade da programação cultural Mulher e Ponto, às 17h, o tema em debate será a presença feminina na Academia Brasileira de Letras (ABL). As escritoras Nélida Pinõn e Ana Maria Machado, ambas integrantes da ABL, farão as discussões. Na véspera (6), às 19h30, outro debate reúne a historiadora Magali Engel e a advogada e escritora Rosiska Darcy de Oliveira, abordando o tema As Mulheres da História do Brasil”.
No último fim de semana, o Brasil foi o destaque dos encontros e debates do Café Literário, espaço considerado a sala de visitas da Bienal do Livro. Na tarde desse domingo (4), o autor angolano Pepetela e o músico e escritor brasileiro Nei Lopes travaram um bate-papo sobre as relações entre a África e o Brasil. Sob a mediação do jornalista e escritor Marcelo Moutinho, os dois autores conversaram sobre como foram influenciados, na vida e nas obras, pelas culturas brasileira e africana.
“Um dos primeiros livros que li foi de Jorge Amado”, disse Pepetela, para quem o Brasil e Angola podem se unir para construir um futuro melhor. “Devido à sua economia e à população dez vezes maior, Angola olha mais para o Brasil do que o contrário, mas isso está mudando”, afirmou. Nei Lopes, autor de um dicionário de expressões de origem africana, destacou o fato que o maior contingente de negros que veio para o Brasil era do grupo Banto, que abrange Angola. “Foi o grupo africano mais importante na formação brasileira”.
Mais três encontros com o selo Homenagem ao Brasil foram realizados no primeiro fim de semana da bienal. Na fim da tarde de sexta-feira (2), um tributo ao escritor gaúcho Moacyr Scliar, que morreu este ano, reuniu os escritores Luiz Fernando Veríssimo, Domício Proença Filho e Luiz Schwarcz. Na noite de sábado (3), o tema Ficção e Instinto de Nacionalidade foi debatido pelos autores Ana Maria Machado e Edney Silvestre, e às 20h de domingo (4), o antropólogo e cientista político Luis Eduardo Soares e o jornalista Zuenir Ventura, mediados por Marilia Martins, discutiram o tema O Brasil Pode Ser Mais Legal?”.
Edição: Graça Adjuto