Da Agência Brasil
São Paulo – A mortalidade infantil no estado de São Paulo caiu 61,8% nos últimos 20 anos, tendo atingido, no ano passado, o menor índice histórico. De acordo com levantamento divulgado hoje (26) pela Secretaria de Saúde, em 2010, o índice ficou em 11,9 óbitos de crianças menores de 1 ano de idade a cada mil nascidas vivas, contra 31,2, em 1990. A marca, porém, ainda está um pouco acima da mínima indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera ideais índices abaixo de dez óbitos.
Nos últimos dez anos, a redução ficou em 30%, o que equivale a 4,8 mil óbitos evitados. Com relação ao ano de 2009, quando o índice ficou em 12,5, o estado teve uma redução de 4,8%. “Quanto menor a taxa, mais difícil é o trabalho de redução. Consideramos os índices satisfatórios, mas vamos continuar atuando. Fatores como o alto número de cesarianas merecem, agora, uma atenção especial”, disse o governador Geraldo Alckmin.
Dos 645 municípios paulistas, 301 apresentaram, em 2010, índices abaixo de dois dígitos. Em 2007, foram 250 municípios onde os índices tiveram um dígito só. Considerando as regiões do estado, apenas na de Piracicaba houve aumento. Em 2009, a taxa era 10,7 óbitos para mil nascidos vivos e, em 2010, o índice subiu para 12,5. A região da Baixada Santista também merece atenção especial do governo, já que apesar da redução de 19,6%, verificada de 2009 para 2010, duas de suas cidades, Guarujá e São Vicente, apresentaram índices próximos de 20 óbitos por mil nascidos vivos.
Considerando os municípios isoladamente, as melhores taxas foram encontradas em Barretos, São José do Rio Preto, São Carlos, São Caetano do Sul e Paulínia, que ficaram com índices próximos de 7,5 óbitos por mil nascidos vivos. Já as taxas mais elevadas foram as de Avaré (21,8), São Roque (20,8) e Ibiúna (19,4). “As diferenças justificam-se pelo índice de desenvolvimento e riqueza de cada município. A relação entre o PIB [Produto Interno Bruto] e a redução da taxa é nítida”, ressaltou Alckmin.
Para a médica Tânia Lago, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, as reduções se devem principalmente à capacitação de profissionais. “Qualificamos os médicos do Sistema Único de Saúde [SUS] para um atendimento neonatal adequado. Além disso, a ampliação da rede de hospitais e a melhoria do saneamento básico também foram fundamentais”, declarou.
Sobre as principais causas de óbitos, ela declarou que predominam os problemas perinatais. “Nas décadas de 70 e 80, as crianças morriam por doenças infectocontagiosas, como desinteira e desidratação. Hoje em dia, problemas na gravidez, parto e doenças congênitas são os principais motivos”, disse.
Edição: Lana Cristina