Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), assumiu na manhã de hoje (23) o cargo de prefeito, em substituição a Hélio de Oliveira Santos (PDT), conhecido como Dr. Hélio, que teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores. A posse ocorreu no dia que o decreto de cassação do prefeito foi publicado no Diário Oficial do município.
Pouco depois da posse, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) protocolou pedido para abrir uma comissão processante com o objetivo de apurar o envolvimento de Vilagra nas mesmas fraudes pelas quais Dr. Hélio é acusado e investigado pelo Ministério Público. Também pediu que o agora prefeito se afaste do cargo pelo mesmo período que durar a investigação da comissão processante (90 dias).
“A situação em Campinas é muito grave. O afastamento é necessário porque não é possível que um prefeito sem condições morais, éticas e políticas, que vai ser investigado, continue no cargo”. As requisições serão votadas na sessão de amanhã (24) da Câmara e precisam de 22 votos favoráveis para ser aprovadas. O PSOL também entrou com pedidos semelhantes.
O vice-prefeito já é investigado pelo Ministério Público. Vilagra chegou a ser preso em maio, em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No discurso de posse, Vilagra disse que cumprirá o mandato até o fim.
Com relação aos R$ 60 mil encontrados na casa dele, Vilagra se defendeu dizendo que, desde o período da ditadura militar, guarda dinheiro em casa. Vilagra disse ainda que não sabe se há parentes dele trabalhando na Sanasa. E que acredita na inocência do ex-prefeito Dr. Hélio.
Dr. Hélio foi acusado de omissão diante das investigações do Gaeco e do Ministério Público sobre cobrança de propina e fraudes em contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas (Sanasa). Também é acusado de irregularidades em loteamentos imobiliários e em contratos de operação de antenas de telefonia celular na cidade.
Edição: Vinicius Doria