Da BBC Brasil
Brasília - Rebeldes entraram hoje (23) no quartel-general (QG) do presidente líbio, Muammar Khadafi, em Trípoli, após horas de confrontos violentos com forças leais ao regime. Segundo testemunhas, centenas de rebeldes invadiram o complexo de prédios em Bab Al Azizia, uma das poucas áreas que aparentemente ainda estavam sob o controle do regime.
A invasão ocorreu momentos depois de a agência de notícias da Rússia Interfax ter divulgado a notícia de que Khadafi conversou hoje por telefone com uma autoridade do país, informando que ele está em Trípoli e bem de saúde. Segundo a agência, o líder não pretende deixar a Líbia.
O paradeiro de Khadafi, que vem sendo procurado por rebeldes desde a sua entrada em Trípoli, no fim de semana, é motivo de especulações.
Na manhã de hoje, comandantes rebeldes disseram que concentrarão todos os seus esforços em um ataque coeso ao quartel-general de Bab Al Azizia. Imagens da rede de TV Sky News mostravam grupos de rebeldes fortemente armados reunidos a cerca de 50 metros do local, vestidos com roupas civis. O som de granadas, morteiros e de uma forte barragem de artilharia podiam ser ouvidos ao fundo.
Testemunhas disseram que centenas de rebeldes entraram no quartel-general e que muitos disparavam para o ar, em sinal de comemoração. Ontem à noite Saif Al Islam, um dos filhos de Khadafi, reapareceu em público, desmentindo relatos de que havia sido preso por rebeldes.
"Uma breve aparição de madrugada não significa que alguém está no controle de um país, de uma capital, ou de qualquer coisa, na verdade", disse a porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Oana Lungescu.
Também hoje, na cidade de Benghazi, integrantes do Conselho Nacional de Transição (CNT) disseram planejar as atividades para formação de um novo governo. Líderes mundiais vêm exortando Khadafi a deixar o poder. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que aliados ao regime de Khadafi continuam sendo uma ameaça.