Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na avaliação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, a grande discussão, hoje, no Brasil é sobre a oportunidade, a legitimidade e a conveniência de adotar mecanismos de regulação financeira para impedir que o excesso de liquidez da economia mundial, decorrente da crise econômica, possa contaminar a economia e as finanças públicas do Brasil.
Para Coutinho, não haverá nenhuma ruptura da União Europeia em consequência da crise fiscal de alguns países do bloco. O Banco Central Europeu, na avaliação dele, continuará dando liquidez aos mercados e evitando qualquer episódio grave de inadimplência ou de interrupção da oferta de crédito. No caso dos Estados Unidos, “o cenário já está dado” e a expectativa é que o Federal Reserve, autoridade monetária norte-americana, também mantenha “esse estado de liquidez, com juros próximos de zero”. Assim, haverá “excesso” de liquidez no mundo, que motiva o ingresso de capitais nos países emergentes com economias estáveis.
“É por isso que o país não corre o risco de ocorrer uma fuga de capital. Mas a prudência nos leva a manter uma observação e uma regulação cuidadosa para que o país continue a ter um crescimento que mantenha a saúde das finanças públicas e do sistema financeiro”.
O presidente do BNDES, que participou hoje de um seminário na sede do banco, alertou para o perigo que é o Brasil assumir passivos em moeda estrangeira e ativos em moeda nacional. “São desequilíbrios que, em nossa história, sempre se mostraram provocadores de crises, seja no setor privado, seja no setor público”.
Edição: Vinicius Doria