Deputados brasileiros estão na Tunísia impedidos de chegar à Líbia por falta de segurança

17/08/2011 - 6h55

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Determinada a verificar a situação na Líbia, uma comissão da Câmara, formada pelos deputados Brizola Neto (PDT-RJ)) e Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), não conseguiu entrar no país. Por meio dos seus blogs na internet, os dois parlamentares contaram que estão em Túnis, capital da Tunísia, à espera de garantias de segurança para chegar a Trípoli, capital líbia.

“Estamos retidos em Túnis. O governo líbio diz que, neste momento, não tem como oferecer garantias para o nossa deslocamento, sobretudo contra ações aéreas e disparos de longo alcance”, disse Brizola Neto em seu blog.

Com texto mais longo e crítico, Protógenes reclama dos bombardeios comandados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo o deputado, os bombardeios da Otan impedem a entrada da comissão da Câmara e de ajuda humanitária na Líbia. Ele lembra que Túnis está a 750 quilômetros de Trípli.

Brizola Neto e Protógenes viajaram a convite da organização não governamental líbia Fact Finding Commision on the Current Events in Lybia, que tem como objetivo investigar e fiscalizar as irregularidades cometidas nos territórios em conflito naquele país.

“Assim que tivermos condições, vamos em frente”, avisou Brizola Neto, encerrando o texto na internet. “Entendemos que a única forma de acabar com a crise enfrentada pela Líbia é a realização de um plebiscito, sob a supervisão da Organização das Nações Unidas (ONU), para que o povo decida o regime de sua preferência”, sugeriu Protógenes, no blog.

Desde março, a crise está instaurada na Líbia. Manifestantes protestam pedindo a renúncia do presidente líbio, Muammar Khadafi, há 42 anos no poder. O líder, porém, resiste. A situação se agravou com a decisão da Otan de instaurar uma área de exclusão aérea na região. Embates entre as forças de segurança do governo Khadafi, integrantes da oposição e da Otan são diários. Os bombardeios se tornaram comuns.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.//Edição: Graça Adjuto