Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O resultado do saldo de empregos em julho “não foi tão bom” quanto o esperado, na avaliação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Hoje (16) o ministério divulgou o saldo de empregos formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que ficou abaixo do registrado em julho do ano passado. Em 2010 o saldo foi de 181.796 e neste ano foi de 140.563 empregos.
“Não foi tão bom quanto a gente gostaria. No mês de julho você tem o período de férias, o que gera demissões na área de educação, a agropecuária no Sul e Sudeste também começa a desacelerar. Foi abaixo do que estava no ano passado, mas não é uma tendência”, disse o ministro.
Ele afirmou ainda que mantém em 3 milhões de empregos a expectativa de saldo para este ano.
“Só com o resultado de agosto vamos poder ver se é uma tendência ou não, mas espero que neste mês haja mais contratações. Em agosto já temos contratações visando as festas do fim de ano.”
Perguntado, o ministro descartou que a crise econômica possa afetar o nível de emprego no país, alegando que o atual problema da economia brasileira é a concorrência externa.
“Na área de indústria de transformação, houve sim [um recuo do emprego], mas não é um comportamento específico para o mês de julho. A indústria de transformação, tendo uma concorrência externa muito nociva, reduziu sua capacidade de contratação e, é claro, houve uma diminuição de sua capacidade de venda. Mas acho que o governo já tomou as medidas necessárias.”
O ministro disse ainda que o efeito da crise é muito mais psicológico “porque muitos dos empresários, avaliando o cenário internacional, ficam com medo de investir e de comprar novos equipamentos e consequentemente não geram empregos.”
O ministro disse também que essa é uma crise muito mais do capital especulativo, de quem só investe na bolsa.
“Essa crise é, para mim, muito mais especulativa, de quem quer ganhar o dinheiro fácil na bolsa, do que de quem quer ver a sociedade avançar na sua economia. Prova disso é o comportamento do que aconteceu com os Estados Unidos, que foi o maior foco da crise e também o maior beneficiário dela, porque o dólar valorizou e os ativos, os papéis, americanos foram os mais procurados. Vejo uma incoerência aí”, avaliou.
Edição: Lílian Beraldo