Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou hoje (10) que há choque de opiniões e ações entre ele e o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, sobre a redução de militares nas forças de paz no Haiti. Segundo ele, a decisão vem sendo analisada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e será definida em outubro, durante reunião do Conselho de Segurança.
“Não há diferença [de opiniões]. É um trabalho que envolve tropas brasileiras e o Ministério da Defesa. Antes eu vinha mantendo contato com o ministro [Nelson] Jobim [ex-ministro da Defesa]. É uma ponderação [que vem sendo analisada]”, disse ele. Até o ano passado, Patriota era o secretário executivo do Ministério das Relações Exteriores e Amorim o chanceler.
Até o terremoto de 12 de janeiro de 2010, havia 1.266 brasileiros integrando as forças de paz no Haiti. Atualmente são aproximadamente 2.100 em atividades diretamente relacionadas à manutenção de segurança e estabilidade – política e social.
Para os articuladores brasileiros, o ideal é ampliar o papel dos militares no Haiti incluindo ações destinadas à reconstrução desenvolvimento do país e não apenas nas áreas de segurança e manutenção da paz.
Ao assumir anteontem (8) o Ministério da Defesa, o ex-chanceler Celso Amorim defendeu a redução do número de homens brasileiros que integram a Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah). Segundo ele, a medida será positiva tanto para o Brasil como para o Haiti. No entanto, Amorim disse que a estratégia ainda tem de ser definida.
Desde 2004 no Haiti, a Minustah é atualmente liderada pelo Chile e conta com militares e policiais de mais de 50 nacionalidades, além de civis de 115 países e voluntários das Nações Unidas.
Edição: Rivadavia Severo