Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, determinou à Corregedoria-Geral da União a instauração de Processo Administrativo Disciplinar para investigar desvios de verbas públicas do Ministério do Turismo.
Ontem (9), o ministro do Turismo, Pedro Novais, pediu a Hage a apuração de possíveis irregularidades cometidas por servidores da pasta, que deram origem à Operação Voucher da Polícia Federal e culminou na prisão de 36 pessoas do ministério.
A CGU disse, em nota, que vai solicitar à Justiça os autos do inquérito. O ministro Hage recomendou ao Ministério do Turismo a suspensão de pagamentos dos convênios da área de capacitação por 60 dias.
Atualmente, há duas auditorias em curso na Secretaria Federal de Controle Interno, que investigam dois tipos de projetos do Ministério do Turismo. Uma delas diz respeito à destinação de recursos para eventos turísticos, os quais vêm sendo fiscalizados desde 2009.
De acordo com a CGU, o então ministro do Turismo Luiz Barretto tomou várias medidas saneadoras, dentre as quais o estabelecimento de teto para pagamento de cachês artísticos e de limite máximo de despesa por evento. “Em alguns casos, onde havia irregularidades mais graves, os relatórios da CGU foram encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal".
Na área de capacitação de mão de obra, a CGU está analisando convênios com várias entidades, incluindo três que foram objeto de denúncias recentes – o Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH), o Comitê de Ideias e Ações (Cia do Turismo) e a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar).
Em investigações anteriores, a CGU disse que já havia suspeitado da atuação de vários empresários e empresas apontados agora na Operação Voucher. Entre essas empresas estão a Barbalho Reis, Comunicação e Consultoria Ltda, a MGP Brasil Consultoria Empresarial Ltda e a Race Consult.
Edição: Rivadavia Severo