Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse hoje (8) que uma comissão de sindicância foi instaurada para apurar denúncias de relações suspeitas entre funcionários do ministério e um lobista, publicadas pela edição da revista Veja desta semana. Ele informou que pediu ao advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para indicar um integrante do órgão para presidir a comissão. O nome escolhido foi o de Hélio Saraiva Franca, coordenador adjunto da Advocacia-Geral da União (AGU).
As denúncias provocaram a demissão de Milton Ortolan do cargo de secretário executivo do ministério. Na reportagem, Veja noticiou que ele tinha conhecimento das irregularidades que estavam ocorrendo na pasta. No sábado (6), Ortolan se exonerou da secretaria.
Na entrevista coletiva concedida há pouco, o ministro da Agricultura lamentou o pedido de demissão de seu braço direito na pasta. Rossi disse que pediu a ele que continuasse no cargo. Segundo o ministro, Ortolan, seu amigo há muitos anos, lhe respondeu que as denúncias “tiraram o direito de exercer em sua plenitude suas funções”.
Rossi levou aos jornalistas documentos que, segundo ele, mostram que algumas pessoas ouvidas na reportagem e que fizeram denúncias estão sendo investigadas por irregularidades cometidas contra o Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele disse ainda que não conhece Júlio Fróes, citado como o lobista responsável por intermediar negócios e cuidar de processos de licitação, redação de editais e escolha de empresas prestadoras de serviços dentro do ministério. “Sobre ele trabalhar aqui, vamos investigar”.
O ministro também falou sobre respaldo do governo para seguir no cargo. O ministro destacou que a presidenta Dilma Rousseff deu todos os motivos para ele se sentir confortável e que seu trabalho tem sido bem avaliado. “Sou ocupante de um cargo de livre escolha da presidenta da República. O governo está vendo que tomei medidas e que estou respondendo [às denúncias].
Esta foi a segunda entrevista coletiva, em duas semanas, que Rossi dá para explicar denúncias de irregularidades no ministério e na Conab. Segundo o ministro, sempre que houver denúncias ele responderá à imprensa. “Aqui, o que tiver de errado, vamos cortar e mudar.” De acordo com Rossi, todas as indicações políticas de sua gestão têm sua capacidade comprovada.
Edição: João Carlos Rodrigues