Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A influência predatória da exploração agrícola nas margens da Bacia do Paranaíba, em especial no que diz respeito ao plantio de cana-de-açúcar, cujas lavouras vêm se expandindo na área, e o desencontro entre ações de uso dos recursos hídricos e o uso do solo foram os principais problemas apontados hoje (8), em Brasília, na primeira audiência pública sobre o Plano Hidrográfico para a Bacia do Paranaíba.
Representantes do governo, da sociedade civil e de segmentos econômicos que trabalham na área vão discutir o assunto em uma série de nove reuniões de consulta pública, que vão ocorrer, nas próximas semanas, em cidades de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, estados por onde o rio passa. O objetivo é discutir o impacto ambiental provocado, principalmente, pelas atividades econômicas na área da bacia.
Na audiência de hoje, os participantes concluíram que o uso desordenado de defensivos agrícolas nas lavouras tem inviabilizado o consumo da água de diversos rios ligados à Bacia do Paranaíba, como é o caso do Rio João Leite, no estado de Goiás.
Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, professor Paulo Sérgio Almeida Salles, o assunto interessa a 9,5 milhões de pessoas, que vivem na região do Paranaíba e de seus afluentes, em uma área total de 220 mil quilômetros. Para ele, as nove consultas públicas vão resultar em um diagnóstico sensível, para elaboração de propostas alternativas para o desenvolvimento na Bacia do Paranaíba, com o uso racional da água.
Edição: Lana Cristina