Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao tomar posse hoje no Palácio do Planalto, o novo ministro da Defesa, Celso Amorim prometeu dar continuidade ao processo de modernização das Forças Armadas Brasileiras, atuando sempre o "espírito crítico". Amorim substitui o ministro Nelson Jobim, que devido a declarações na imprensa que irritaram a presidenta Dilma Rousseff, acabou deixando a pasta na semana passada.
Amorim disse ter consciência de que o perfil das tropas é bem diverso do que vigorava no início da redemocratização do país e enfatizou a necessidade de refletir sobre temas como direitos humanos, desenvolvimento sustentável e igualdade de raça, gênero e crença.
O ministro sinalizou ainda que, apesar dos cortes orçamentários implantados pelo governo no primeiro semestre do ano, será necessário investir em equipamentos de defesa.
"Conto com a compreensão dos meus colegas da equipe financeira. O próprio documento legal que instituiu a estratégia nacional de defesa estabelece vínculo indissociável com a estratégia nacional de desenvolvimento", declarou. "Um país pacífico como o Brasil não pode ser confundido com um país desarmado e indefeso. Vivemos em paz com nossos vizinhos, mas o Brasil é detentor de enormes riquezas".
Essa estratégia, na visão de Amorim, é fundamental diante do reposicionamento do Brasil no cenário internacional. "Hoje é preciso admitir que nossas forças sofrem de carências. Há um descompasso entre a recente influência internacional brasileira e a nossa capacidade de respaldar isso no plano da defesa. Uma não será sustentável sem a outra".
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim não compareceu à posse de seu sucessor. Hoje pela manhã, Jobim sentiu-se mal, fez exames de sangue para verificar suspeita de ter contraído dengue na última viagem oficial que fez, na semana passada, à Amazônia.
Edição: Rivadavia Severo