Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirmou hoje (5) presença na audiência pública da comissão de Agricultura do Senado, na quarta-feira (10). A informação é do presidente da comissão, Acir Gurgacz (PDT-RO), que considera fundamental o comparecimento do ministro ao Senado para que explique as denúncias de corrupção em sua pasta e os motivos que o levou a demitir o ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
“O [Senado] deve se posicionar para que o ministro possa expor suas ideias. Não se pode fazer ilações simplesmente pelo que sai das ruas, mas saber os fatos concretos [do que ocorreu]”, defendeu o senador. Em entrevista à revista Veja, Oscar Jucá Neto disse que há um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura.
Gurgacz considera também oportuno, caso haja indícios de “problemas maiores” sobre o caso, o comparecimento na comissão do ex-diretor da Conab, para que apresente sua versão do episódio. Perguntado se o depoimento de Jucá Neto não seria um constrangimento para o líder do governo, Acir Gurgcz rebateu: “Não. Não podemos levar questões familiares para o governo. Cada coisa tem que ser tratada separadamente. Não podemos trazer as coisas de casa para o trabalho. Questões de casa devem ser resolvidas em casa”.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ressaltou que é função de qualquer ministro “vir ao Congresso prestar esclarecimentos”. Contrário à criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), o pedetista disse que, nesse caso, justifica-se a iniciativa de convidar Jucá Neto para uma audiência pública na comissão de Agricultura.
Autor do requerimento de convite ao ministro, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), disse que o convite ao ex-diretor da Conab será “o próximo passo”, depois de ouvida a versão do ministro. “O desdobramento disso será o convite ao Jucá Neto. Dificilmente o depoimento do Wagner Rossi deixará de se considerar o convite a ele porque, nesse caso, o contraditório é imprescindível”, acrescentou o senador.
Edição: Talita Cavalcante