Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avalia que o cenário de perspectivas para a inflação mostra sinais mais favoráveis. A informação consta da ata da última reunião do comitê, realizada na semana passada, quando foi decidido elevar a taxa básica de juros, a Selic, pela quinta vez este ano. A Selic está em 12,50% ao ano.
Segundo o comitê, as ações de restrição ao crédito e de elevação da taxa básica de juros “ainda terão seus efeitos incorporados à dinâmica dos preços, processo que tende a se acentuar neste semestre”.
O Copom retirou da ata divulgada hoje a expressão “suficientemente prolongado”, usada em documentos anteriores para se referir ao período de reajustes da taxa Selic.
No ambiente externo, o comitê avalia que “as evidências apontam moderação adicional no processo de recuperação em que se encontram as economias do G3 [Japão, Estados Unidos e Europa] e, em outra perspectiva, ainda revelam influência ambígua sobre o comportamento da inflação doméstica”.
Mas o Copom considera que “prevalece o nível de incerteza crescente e acima do usual, e identifica riscos à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta”. Cabe ao BC perseguir a meta de inflação, que tem como centro 4,5% e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na ata, o comitê destaca ainda que, desde a última reunião do comitê, houve “deterioração adicional dos mercados internacionais, com a volatilidade e a aversão ao risco se elevando, em grande parte, alimentadas por extraordinários níveis de liquidez e por incertezas crescentes quanto ao ritmo de recuperação da atividade global”.
O Copom observa ainda que “aumentaram as preocupações com dívidas de países e de bancos europeus, inclusive de economias centrais, e com a possibilidade de desaceleração da atividade econômica na China”.
Além disso, diz a ata do Copom, “observou-se recuo nos preços de importantes commodities [produtos primários com cotação interacional], notadamente das agrícolas e, ao mesmo tempo, certa estabilidade na cotação da moeda norte-americana”.
Edição: Juliana Andrade