Polícia do Pará descarta que morte de agricultor tenha sido por questões agrárias, mas CPT diz que é cedo para esta conclusão

26/07/2011 - 18h30

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Pará aguarda a conclusão do inquérito policial sobre a morte a tiros de um agricultor no Assentamento Alto Bonito, em Dom Eliseu (PA), no último domingo (24).

A Polícia Civil paraense confirmou a prisão de um homem na manhã de hoje (26), mas não divulgou o nome do suspeito, e descartou que o crime tenha sido provocado por conflitos agrários. O delegado responsável pelas investigações acredita que a morte foi devido a uma rixa entre os dois trabalhadores rurais.

As lideranças da CPT no estado também não sabem ainda informar se a morte de Francisco Soares Oliveira foi provocada por conflitos agrários ou crime passional. Segundo o advogado da comissão em Marabá (PA), João Batista, ainda é cedo para confiar na versão de que o crime tenha sido provocado por desentendimentos pessoais entre o suspeito, preso esta manhã, e a vítima.

“A polícia no Pará tem um problema, ela costuma concluir antes de investigar. Então, nós achamos que é cedo para dizer que sim e cedo para dizer que não. Preferimos que a polícia investigue e descubra a autoria e informe se o crime foi provocado por conflitos agrários”, disse o advogado.

Apesar da desconfiança, o representante da CPT declarou não ter ainda elementos suficientes para saber “com segurança” o motivo do crime. João Batista disse que o município onde a morte aconteceu fica distante de Marabá (PA) e de Belém (PA), o que dificulta o trabalho de apuração feito pela Comissão Pastoral da Terra.

A reportagem da Agência Brasil não conseguiu falar com o delegado Silvio Maués, que está cuidando do caso.

 

Edição: Aécio Amado