Daniel Lima, Pedro Peduzzi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou hoje (26) a existência de uma bolha de crédito na habitação. Segundo ele, “por falta de assunto” ou para “polemizar e animar os leitores”, alguns analistas de mercado passaram a tratar do assunto como se o crescimento do setor fosse um problema. De acordo com o ministro, embora o custo da habitação tenha crescido no Brasil a partir dos estímulos dados pelo governo, é preciso observar que o setor enfrentou “um ciclo de baixa” e de estagnação durante 20 anos.
“O preço dos imóveis estava baixo", disse o ministro. Com as medidas e os estímulos dados, o setor cresceu, inclusive com aumento de preços.
Mantega reafirmou a necessidade de investimentos para que a economia mantenha um crescimento sustentável, principalmente em infraestrutura tanto públicos quanto privados. Ele lembrou que, no ano passado, a expansão dos investimentos foi superior à de 2009 em mais de 20%. O ministro estima que, neste ano, os investimentos cresçam 10% em relação a 2010.
“Só teremos crescimento de qualidade com investimentos acima do consumo e acima do PIB [Produto Interno Bruto]. Temos que criar as condições para que esse crescimento se mantenha ao longo dos anos”, disse.
Em sua exposição na 38ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro apontou ainda as ações destinadas a conter a inflação e disse que as metas serão cumpridas. A meta estabelecida para 2011 é 4,5%, com uma variação de 2 pontos porcentuais para mais ou menos.
“Desde 2005, temos cumprido o regime de metas, estando abaixo do limite superior. Em 2011, mais uma vez, faremos isso e posso dizer aos senhores que estaremos com a inflação abaixo do limite superior, mostrando que o combate à inflação é prioridade e que a inflação está em trajetória descendente.”
O ministro apontou também desafios que o país ainda tem de enfrentar, como a redução da pobreza e a melhoria da educação, da ciência e da tecnologia e da infraestrutura no país. Além disso, é preciso modernizar o sistema tributário, cuja elevada carga atualmente cria problemas para o setor produtivo.
Edição: Nádia Franco