Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Marinha vai iniciar a fabricação de submarinos convencionais (S-BR) da classe Scorpène, de tecnologia francesa, no Brasil. A iniciativa faz parte do Acordo Estratégico Brasil-França, assinado em 2008, que originou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A cerimônia do começo da produção vai ocorrer no próximo sábado (17), em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e deverá contar com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com nota divulgada hoje (13) pela Marinha, a construção dos quatro submarinos incluídos no Prosub representa o primeiro passo para a fabricação do submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR), considerado um dos mais complexos meios navais já projetados. Parte dos equipamentos desenvolvidos para os submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica, poderá ser aproveitada no SN-BR, que será fabricado com os mesmos métodos, técnicas e processos de construção desenvolvidos pelos franceses.
O documento da Marinha destaca, ainda, que o acordo entre a França e o Brasil prevê o repasse de tecnologia para fabricação de itens usados no Brasil. A Marinha estima que cada submarino produzido no país contará com pelo menos 36 mil itens produzidos por mais de 30 empresas brasileiras. Entre esses equipamentos estão quadros elétricos, válvulas de casco, bombas hidráulicas, motores elétricos, sistema de combate, sistemas de controle, motor a diesel, baterias especiais de grande porte, além de serviços de usinagem e mecânica.
Ainda segundo a nota, o submarino movido por energia nuclear tem “vantagens táticas e estratégicas significativas”. Entre elas, estão a autonomia e potência para desenvolver velocidades elevadas por longos períodos de navegação, aumentando sua mobilidade e permitindo a patrulha de áreas mais amplas no oceano. O modelo é considerado também extremamente seguro e de difícil detecção.
A embarcação é desenvolvida com tecnologia de alta sensibilidade. Atualmente, apenas a China, Rússia, França, os Estados Unidos e o Reino Unido detêm essa tecnologia. Com o Prosub, o Brasil passará a integrar a lista, já que o SN-BR terá reator nuclear e propulsão desenvolvidos no país.
Edição: Rivadavia Severo