Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um grupo de trabalho criado pelos governos federal e estadual e iniciativa privada, para discutir a situação da cadeia produtiva de arroz no Rio Grande do Sul, que recebe valores abaixo do preço mínimo de referência, se reunirá na próxima semana para aprofundar as discussões sobre a destinação de excedente do cereal para ração animal. Segundo o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, o governo estadual também está discutindo o assunto e estudando inclusive a alteração da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para viabilizar essa opção.
“Acho que vamos conseguir reverter essa situação”, afirmou Bittencourt. Atualmente, o rizicultor está vendendo a saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul por cerca de R$ 19, enquanto o preço mínimo estabelecido pelo governo é R$ 25,80. Por isso, terça-feira (28) foram anunciadas novas medidas para “enxugar” o excedente do produto.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, disse que o Instituto Riograndense do Arroz (Irga) ficou de apresentar, ainda hoje (30), uma planilha detalhada sobre a viabilidade econômica da operação. Ele adiantou, no entanto, que pelos dados já analisados, ela é possível e deve ocorrer.
A intenção é usar o excesso de arroz produzido no Rio Grande do Sul, responsável por 60% da produção nacional, para abastecer a produção de aves e suínos, que estariam com dificuldade de suprimento de milho. “É muito boa a ideia de ter um movimento de leilão que atenda a duas cadeias produtivas”, disse Vaz. O secretário acredita que em até duas semanas a questão estará resolvida.
Edição: Fernando Fraga