Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O avanço nos métodos de diagnósticos celulares, como um novo modo de extração de DNA que reduz o tempo de identificação de corpos de 48 horas para 50 segundos, foram apresentados esta semana no 38º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas e no 11º Congresso de Citologia Clínica. Os encontros - com a participação de cerca de 4 mil pesquisadores do Brasil e do exterior – terminam hoje (29), em Curitiba.
O método é uma inovação brasileira e foi desenvolvido pela equipe do Instituto de Criminalística do Paraná. Segundo o perito Hemerson Bertassoni, o método “é mais eficiente e rápido do que o usado atualmente no mundo inteiro”. “[Isso] dará maior agilidade à elucidação de crimes e conclusão de inquéritos policiais, dotando a Justiça de meios para esclarecer a investigação policial”, ressalta.
Ele conta que para desenvolver o método foi usado um equipamento chamado Precellys, criado inicialmente para extrair DNA de plantas e tecidos. A máquina foi adaptada para retirar o DNA de ossos humanos.
“Usamos o novo método de extração de DNA em oito ossos carbonizados, cuja identificação não foi possível pelo método clássico”, disse. Dos oito corpos, foi obtido o perfil genético de sete deles. “Enquanto a técnica clássica de extração de DNA leva entre 24h e 48h para ser concluída, o resultado da análise pelo Precellys leva menos de um minuto”, destaca o pesquisador.
Outros assuntos que mereceram destaque, segundo o organizador dos congressos, Paulo Roberto Hatschbach, foram os diagnósticos e avanços no tratamento da hepatite, da alergia a remédios e o retorno de doenças erradicadas no passado.
Os pesquisadores fizeram um alerta à população para que evite a automedicação e leia atentamente as bulas dos remédios, especialmente nos itens relacionados a reações, contraindicações e efeitos colaterais. A alergia a remédios atinge 12% da população brasileira e pode colocar vidas em risco.
Entre os medicamentos, 40% das alergias são causadas por anti-inflamatórios, muito consumidos nesta época do inverno. Segundo o alergista Luis Felipe Chiaverini, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, com a chegada das temperaturas mais frias, as pessoas costumam se automedicar com mais frequência para tratar sintomas comuns de gripes e resfriados, o que pode ser um risco para quem tem reações alérgicas a medicamentos.
Edição: Talita Cavalcante