Obama faz discurso hoje para anunciar a retirada de tropas do Afeganistão

22/06/2011 - 19h42

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Depois de quase 11 anos de ocupação no Afeganistão, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará um discurso hoje (22) à noite para anunciar a decisão de retirada das tropas norte-americanas do país a partir do próximo mês. Cerca de 10 mil soldados deverão deixar o Afeganistão até dezembro e mais 20 mil em 2012. O cálculo é que cerca de 100 mil militares dos EUA estejam em território afegão.

Para analistas políticos, a decisão tem o objetivo de inaugurar uma nova fase da política externa norte-americana em um momento de campanha eleitoral.

A chegada de tropas norte-americanas no Afeganistão ocorreu em 2001, logo depois dos atentados do 11 de Setembro nos Estados Unidos. O objetivo declarado na época era localizar o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, e deter a ação dos talibãs.

Após mais de uma década de guerra, Bin Laden foi morto por forças norte-americanas, no Paquistão, e os talibãs mantêm o controle de parte do território afegão. No ano passado, a Holanda retirou os seus militares – foi o primeiro país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a deixar o Afeganistão.

De acordo com pesquisas recentes, os norte-americanos indicaram o desejo de o governo se esforçar mais na reconstrução de vários setores dos Estados Unidos e não investir em conflitos armados, como os que marcaram o período do ex-presidente George W. Bush.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que, no discurso de hoje, Obama vai detalhar o plano estratégico de retirada gradual das forças dos Estados Unidos no Afeganistão. De acordo com informações não oficiais, 5 mil homens deixarão o país no próximo mês e mais 5 mil sairão até o fim deste ano.

Em dezembro de 2009, Obama anunciou o envio de 30 mil soldados para reforçar as tropas no Afeganistão para ações de combate aos talibãs. Atualmente, cerca de 100 mil homens, além de 47 mil militares de tropas ligadas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), estão no país.
 

*Com a agência pública de notícias da Argentina, Telam

 

Edição: Aécio Amado//Matéria alterada para correção de informação