Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Pela primeira vez premiando estudantes por regiões, o Concurso Nacional Arte e Cultura na Prevenção do Uso de Crack e de outras Drogas, organizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), mostrou o retrato da percepção de estudantes das diferentes regiões do país sobre a questão.
A primeira colocada na categoria jingle (mensagem musicada de curta duração), Lora Danna Pereira, de 15 anos, mora no estado do Amazonas e, ao compor seu jingle, preferiu ressaltar as belezas da Região Norte, em vez de citar os males causados pela drogas. A intenção de Lora foi mostrar as belezas que jovens deixarão de aproveitar se usarem drogas.
“Quis mostrar as belezas da nossa cultura sem ressaltar as drogas, dizer que é tudo tão bonito que não precisa disso”, afirmou a estudante. Um dos trechos do jingle premiado cita características da região amazônica “O pôr do sol com tacacá e tucumãs, nossa terra, nossa magia”, diz a letra. O tucumã é uma fruta típica da região amazônica e o tacacá, um prato de origem indígena.
O concurso premiou cinco categorias: cartazes, fotografia, jingle, vídeo e monografia. O tema da monografia foi A Intersetorialidade como Estratégia de Enfrentamento ao Crack. Participaram do concurso estudantes de todo o país. Os 90 premiados dividiram R$ 135 mil em prêmios.
Segundo a secretária nacional de Políticas sobre Drogas da Senad, Paulina Duarte, o concurso é uma estratégia para mobilizar os jovens na conscientização do problema. Paulina informou que outra ação importante desenvolvida pela secretaria ao longo deste ano será a capacitação de 88 mil profissionais para prevenir o uso de drogas e tratar usuários.
Os cursos serão oferecidos a assistentes sociais, agentes de segurança pública, conselheiros municipais e líderes religiosos, entre outros. “Precisamos, cada vez mais, capacitar os diversos atores para que os usuários de drogas sejam tratados de forma adequada”, disse a secretária.
O secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, apontou a inclusão dos usuários como ponto importante para o enfrentamento das drogas, em especial as pesadas, como o crack.
“A melhor maneira de enfrentar o problema é construir os laços sociais daquele indivíduos [os usuários] para que, ao voltar para casa depois de um tratamento, eles encontrem uma família bem estruturada, trabalho e escola." Para Barreto, essa reconstrução de laços sociais parece ser o caminho para permitir que a pessoa se reintegre à sociedade e não fique excluída.
Edição: Nádia Franco