Da Agência Lusa
Brasília – Mulheres na Arábia Saudita, um dos países que mais impõem restrições às atividades femininas, desafiarão hoje (17) a proibição que as impede de dirigir automóveis. A campanha designada Women2Drive utilizou as redes sociais Facebook e Twitter para convocar as mulheres sauditas. A Anistia Internacional apoia a iniciativa e cobra das autoridades sauditas garantias de direitos iguais no país.
Autoridades do país determinaram a suspensão das carteiras de motoristas internacionais das mulheres, depois que algumas condutoras desobedeceram às ordens locais e tiraram o documento no exterior. Em maio, as autoridades da cidade de Al Khobar prenderam Manal Al Sharif, uma assessora de segurança informática, de 32 anos, que optou por conduzir seu carro e estimulou amigas a dirigir.
No Leste da Arábia Saudita, Manal al Sharif foi obrigada a assinar um documento no qual se comprometia a não dirigir mais. Só depois disso, ela foi libertada, depois de ficar 13 dias detida. Após este episódio, várias mulheres foram detidas por dirigirem em várias cidades do país. Elas acabaram sendo liberadas, depois da assinatura do termo de compromisso de que jamais voltarão a dirigir carros.
O subdiretor do Programa da Anistia Internacional para o Médio Oriente e Norte da África, Philip Luther, disse que as autoridades sauditas devem deixar de tratar as mulheres do país como “cidadãs de segunda classe e permitir que possam dirigir normalmente”.
“Não permitir que as mulheres dirijam na Arábia Saudita supõe uma imensa barreira à sua liberdade de movimento e limita severamente a capacidade para realizar atividades diárias, como o deslocamento para o trabalho, ao supermercado e buscar os filhos no colégio”, disse Luther.
Para o representante da Anistia Internacional, as autoridades não devem prender as mulheres que têm carteira de motorista e é preciso garantir que elas tenham os mesmos direitos dos homens. “Em muitas áreas significativas da vida, as mulheres da Arábia Saudita enfrentam graves discriminações e devem ser autorizadas a desafiar de forma pacífica o seu status quo”.