Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Cenário de manifestações políticas, a Praça dos Três Poderes foi, hoje (15), palco de um evento inusitado, depois que foi ocupada por telescópios. A atração era o eclipse da Lua, que pôde ser observado em Brasília entre as 17h42 e as 19h02. Centenas de brasilienses passaram pelo ponto turístico para observar, de perto, a lua encoberta pela sombra da Terra.
Em volta dos telescópios, havia filas para observar o fenômeno, que só será visto no Brasil novamente em 2012 e apenas no fim da madrugada. A estudante Beatriz Moraes de Souza, de 10 anos, era uma das observadoras e disse que a experiência vai servir para ilustrar o que tem aprendido nos livros de ciências.
“Consegui ver a Lua, todas as características. Já tinha visto uma vez, mas essa foi a vez que eu vi mais detalhada, achei muito bonita. É bom para entender como acontece a rotação, esses fenômenos, é bem legal”.
O evento foi organizado pelo Clube de Astronomia de Brasília, que, mesmo sem eclipse, de vez em quando, leva os telescópios à praça para estimular o interesse pela astronomia. De acordo com um dos diretores do clube, Marcelo Domingues, o céu de Brasília, já homenageado em prosa e verso, facilita a observação dos astros. “Brasília tem poucos prédios muitos altos, o que garante um horizonte razoavelmente aberto. A poluição não é grande e, durante pelo menos seis meses, temos janela de observação grande, sem nuvens”, explicou.
Criado em 1986, na ocasião da passagem do Cometa Halley, o Clube de Astronomia reúne astrônomos, físicos e professores, mas também recebe amadores, como o servidor público Maurício Souza, observador do céu nas horas vagas. Interessado por astronomia desde criança, Souza levou seu telescópio hoje até a Praça dos Três Poderes e, orgulhoso, compartilhava o equipamento com o público curioso para ver o eclipse.
“Me fascino muito quando vejo as estrelas, o céu. E quando posso transmitir isso para alguém é ótimo. Porque é muito diferente ver em livros e poder assistir ao vivo, de um telescópio”, comparou.
Edição: Lana Cristina