Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Saúde quer implantar o teste NAT (sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico) em todos os hemocentros do país até o fim do ano para tornar mais segura a transfusão de sangue no país. A meta foi anunciada hoje (14) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Com o teste em uso, o ministro prevê que o período de restrição para doar poderá ser alterado.
O NAT reduz a janela imunológica, que é o período de tempo em que uma pessoa é contaminada e não é detectada pelos exames feitos na hora de doar sangue. Com o teste, o intervalo de detecção do vírus HIV cai de 21 para dez dias e, no caso de hepatite C, de 70 para 21 dias.
Produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o teste já está sendo usado em São Paulo, Pernambuco, Santa Catarina e no Rio de Janeiro – aplicado em 200 mil amostras de sangue. O Distrito Federal e Minas Gerais são as próximas unidades da Federação a recebê-lo.
Com a adoção do NAT em todo o país, Padilha acredita que as restrições para doar sangue poderão ser revistas, como, por exemplo, pessoas que tiveram relação sexual com diversos parceiros nos últimos 12 meses são consideradas inaptas para doação de sangue.
Para a responsável pela área de hemoterapia do ministério, Jane Martins, uma revisão das normas atuais será possível somente dois anos após a implantação nacional do NAT, tempo suficiente para colher resultados sobre o uso do teste.
Apesar de o exame tornar mais confiável o sangue usado em transfusões, Jane alerta que os voluntários devem seguir a risca as normas para doar sangue, como não realizar a doação quando apresentar sintomas de uma doença. “Não existe nenhum teste que é 100% seguro”, disse.
Por ser fabricado no país, o teste sai por US$ 6, enquanto o importado custa US$ 25.
Edição: João Carlos Rodrigues