Da BBC Brasil
Brasília – As decolagens nos principais aeroportos da Argentina, do Uruguai e do Paraguai começam a voltar à normalidade hoje (8), um dia depois que as cinzas do vulcão chileno Puyehue levaram à suspensão de mais de 100 voos. No entanto, ainda há registro de atrasos.
Nesta manhã, os voos para o Rio de Janeiro e para São Paulo, do Aeroparque, em Buenos Aires (capital argentina), saíram no horário. Já no Aeroporto Internacional de Ezeiza, houve atrasos em algumas decolagens.
Em Montevidéu (Uruguai), no Aeroporto de Carrasco, a situação também era irregular. Os três primeiros voos do dia, da companhia aérea Gol, para são Paulo, foram cancelados, mas partidas de outras companhias para o mesmo destino decolaram horas mais tarde, de acordo com informações disponíveis no site do terminal.
Em Assunção (Paraguai), o Aeroporto Silvio Petirossi informou que também registrou cancelamentos.
O Aeroporto de Santiago, no Chile, foi o menos afetado pelas cinzas do vulcão no Sul do país. Ontem (7), foram cancelados somente os voos para os países vizinhos que tiveram que suspender suas operações aéreas por causa da nuvem de cinzas. Hoje, o aeroporto funciona normalmente, segundo informações no site do terminal.
Autoridades da Associação Nacional de Aviação Civil da Argentina disseram à imprensa local que a situação continua "sensível", já que o vulcão ainda emite cinzas e os ventos continuam empurrando os resíduos para os países vizinhos ao Chile.
A associação informou ainda que vai manter a suspensão dos voos para os principais aeroportos da Patagônia, no Sul do país. A previsão é que os voos para a região só sejam normalizados a partir do dia 21 de junho.
Bariloche, que está a cerca de 90 quilômetros do vulcão, amanheceu hoje sem luz e com problemas de abastecimento de água. A chuva da madrugada transformou as cinzas em lama, impedindo o acesso por terra à cidade.
Também hoje o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) emitiu um alerta para ventos fortes de até 100 quilômetros por hora esperados para diferentes destinos da Patagônia, como as províncias de Chubut, Neuquén e Rio Negro, onde está Bariloche.
A situação continuava crítica nas cidades de San Martín de los Andes e Villa Angostura, que ficam próximas do vulcão chileno. As aulas permanecem suspensas e os serviços estão limitados nesses locais. Em Villa Angostura, autoridades locais recomendaram que os residentes e turistas não saiam de casa. Todas as residências e hotéis estão cobertos com cinzas e há o temor de que o peso desses resíduos prejudique os tetos.
O comitê de emergência criado na Argentina para acompanhar a situação decidiu emitir um boletim a cada seis horas sobre os voos e as condições do clima, enquanto o vulcão do país vizinho estiver emitindo cinzas.