Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), Francisco Jardim, declarou no início da noite de hoje (2) que a forma como a Rússia comunicou o embargo à importação de carne de 89 frigoríficos brasileiros “reforça a sensação de que existem outras motivações para a decisão russa, além das questões técnicas alegadas”.
“Pela segunda vez, a notificação chega sem nem mesmo ter sido enviado ao governo brasileiro o relatório técnico das inspeções russas feitas no Brasil”, afirmou o secretário por meio de nota, se referindo ao episódio ocorrido no final de abril, quando a Rússia embargou temporariamente as importações de oito plantas frigoríficas brasileiras.
Segundo Jardim, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa enviou correspondência às autoridades russas cobrando o relatório técnico. Ele disse que na reunião ocorrida há duas semanas, em Moscou, para tratar do assunto, foram repassadas todas as informações técnicas solicitadas pelas autoridades sanitárias russas e, na ocasião, ficou acertado um novo encontro, na mesma cidade, na segunda quinzena de junho, para continuar as discussões.
O Mapa informou que ainda não foi feita a avaliação do impacto do embargo russo. O setor deve fazer essa estimativa na próxima segunda-feira (6), em reunião dos presidentes de todas as empresas exportadoras de carne do Brasil e das associações de exportadores e produtores de carne.
Em relação à declaração do porta-voz do serviço de Inspeção Sanitária Agrícola da Rússia (Isar), Alexéi Alexéyenko, de que foi constatada a presença de bactérias e parasitas em vários lotes de carne brasileira, Jardim a classificou como “completamente destituída de fundamentos científicos”. Segundo ele, isso jamais foi apresentado oficialmente ao governo brasileiro pelas autoridades daquele país.
Edição: Vinicius Doria