Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Muito barulho de cornetas, instrumentos de percussão e gritos de ordem. No espelho d'água, em frente ao Palácio do Planalto, um grupo de manifestantes resolveu tomar banho. Foi assim que um grupo de cerca de 300 servidores do Judiciários, em greve por reajuste de salário, conseguiu chamar a atenção e marcar uma audiência na Secretaria-Geral da Presidência da República.
O grupo passou pelas grades de proteção montadas na Praça dos Três Poderes e atravessou a avenida em frente ao palácio, se concentrando em frente ao espelho d'água. Um assessor da secretaria foi até o grupo e conversou com o coordenador do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijus) do Distrito Federal Berilo Leão.
De acordo com Leão, os servidores querem que o governo sinalize para o Congresso que apoia a aprovação de dois projetos de lei, que prevêem reajuste salarial de 56%. De acordo com o coordenador, um analista do Judiciário recebe R$ 10,2 mil em final de carreira, salário menor, segundo ele, que o dos analistas de outros poderes. "Sabemos que cabe ao Congresso votar, mas também sabemos que o Congresso não fará isso sem o governo sinalizar", disse leão. Se aprovado o aumento, o salário dos analistas do Judiciário passaria para R$ 16,3 mil. Os servidores também querem o mesmo percentual de reajuste para os cargos técnicos que, atualmente, têm vencimentos de R$ 6,1 mil. Nesse caso, o salário passaria para quase R$ 10 mil.
Edição: Vinicius Doria